Tipos

Cervejas Lagers

As Lagers são as cervejas mais consumidas no mundo, responsáveis por exemplo por mais de 99% das vendas de cerveja do Brasil.

Originarias da Europa Central no século 14, são cervejas de baixa fermentação ou fermentação a frio (de 6 a 12ºC), com graduação alcoólica geralmente entre 4 e 5%. Tem entre seus tipos mais conhecidos a Pilsener, tipo de cerveja originariamente criada no século 19 na cidade de Pilsen, região da Boêmia da República Tcheca, e que por isso muitas vezes é chamada de Pilsen ou Pils ao invés de Pilsener.

Os sub-tipos de Lager estão a seguir:

Pale Lagers

Lagers claras, o que você mais vê por ai. São tantos sub-tipos que fica quase impossível decorar todos, portanto listaremos os mais facilmente encontrados:

PILSNER: a Pale Lager original, desenvolvida como receita da cerveja Pilsner Urquell. São caracterizadas por um lúpulo acentuado no aroma e sabor. Também chamadas de Pilsener e Pilsen. Podem aparecer em 2 estilos um pouco diferentes, principalmente devido à escola: Bohemian/Czech Pilsner , representada pela Pilsner Urquell e Budweiser Budvar/Czechvar, ambas Tchecas e meio difíceis de encontrar; German Pilsner, facilmente encontradas nas representantes Bitburger, Warsteiner, Konig Pilsener, Spaten Pils.
AMERICAN LAGER: cerveja leve e refrescante, feita para matar a sede e para serem bebidas bem geladas. É o tipo das cervejas mais populares dos Estados Unidos, com exemplos como Budweiser, Coors e a australiana Foster’s. A maioria das cervejas populares no Brasil, como Brahma, Skol, Kaiser e Antarctica, são American Lagers, mesmo que elas se intitulem no rótulo e descrição no verso como Pilsen, talvez até devido a convenção nacional para a classificação de cervejas.
PREMIUM: de cervejas um pouco mais lupuladas e mais maltadas que as Standard Lagers, tem como exemplos a Stella Artois, Heineken e Miller Genuine Draft, facilmente encontradas. Aqui no Brasil, são representadas pela Cerpa, Bavaria Premium, Brahma Extra, Gold e outras variações das marcas mais conhecidas. Mas cuidado. Em alguns casos a palavra Premium vem sendo usada para diferenciar cervejas que suas cervejarias desejam promover em especial, não sendo necessariamente uma Premium de verdade. Em alguns casos, pode simplesmente significar Lagers com graduação alcoólica acima de 5%.
LITE: variação ainda mais leve que a American Lager, oferecida muitas vezes sob o nome Light ou Lite.
DORTMUNDER EXPORT: variação da Pilsner com menos lúpulo, mais suave, feita em Dortmund em 1873.
HELLES: outra variação com menos lúpulo, mais maltada, feita em Munique. Marcas conhecidas são Löwenbräu Original, Spaten Premium Lager, Weihenstephaner Original e Hofbräu München Original
DRY BEER e Japanese Rice Lager: originária do Japão e feita com arroz, tem a maior parte do açúcar convertido em álcool devido ao longo período de fermentação. Por isso e por seu sabor suave é chamada de seca.
RADLER: Qualquer Pale Lager misturada com uma limonada típica alemã, chamada de Zitronenlimonade. Geralmente a proporção cerveja/suco é de 50/50 ou 60/40.

Dark Lagers

Lagers escuras também são bastante comuns. Três estilos são os mais comuns e facilmente encontrados aqui no Brasil:

MUNCHNER DUNKEL: Dunkel significa escura em alemão, portanto as cervejas Dunkel são cervejas escuras-avermelhadas, produzidas originalmente em Munique, por isso o nome Munchner. Eram as únicas cervejas da região da Baviera, antes da chegada das tecnologias que tornaram possível a criação de cervejas claras. Possuem sabor maltado. Exemplos comuns são Warsteiner Dunkel e Hofbräu München Dunkel.
DARK AMERICAN LAGER: versão americana da Dunkel alemã, menos maltada e mais suave. Uma representante fácil de achar no Brasil é a Warsteiner Dunkel.
SCHWARZBIER: A famosa cerveja preta. Deve ser preta e não somente escura como a Dunkel. A mais antiga da qual se tem documentação é a Kostritzer, de 1534 e feita até hoje. Agora, o tipo é muito comum em todo mundo. No Brasil, pode ser encontrada como Petra Premium, Eisenbahn Dunkel e Bamberg Schwarzbier. É uma cerveja suave, com aromas que remetem ao café e ao chocolate. Também é fácil notar a presença de maltes tostados. Não é esperado que apresente qualquer sabor frutado, sendo mais seca. Também não é doce, portanto não confunda com cervejas do tipo Malzbier brasileiras.
MALZBIER: Cerveja escura e doce, de graduação alcoólica baixa, na faixa dos 3 a 4,5%. Muito famosa no Brasil, não possui muitos correspondentes fora daqui. Na Alemanha, seu país de origem, nem é tratada mais de cerveja e sim bebida energética. Inclusive é pouco classificada em outras fontes, caindo normalmente no grupo de “outras cervejas com baixo teor alcoólico”, já que a Malzbier original não chegava nem a 1% de álcool, pois quase não tem fermentação. Quase toda cervejaria brasileira tem sua versão, portanto basta procurar por Brahma Malzbier, Antarctica Malzbier, NovaSchin Malzbier e assim por diante. Trata-se de uma american pale lager na qual, após a filtração, são adicionados caramelo e xarope de açúcar, ai a coloração escura (que não vem do malte tostado) e o sabor adocicado.

Vienna

O estilo Viennaé originário da Áustria, de cor marrom avermelhada, tem corpo médio e um sabor suave e adocicado de malte levemente queimado. Graduação acoólica entre 4,5 e 5,7%. Um exemplo é a mexicana Negra Modelo, a Dos Equis Ambar e a Samuel Adams Vienna Style Lager.

Bock

A palavra Bock é resultado da quebra da palavra EinBeck, cidade natal deste tipo de cerveja. Em alemão também significa cabrito. Por isso algumas cervejas colocam imagens deste animal em cervejas do tipo Bock.

Por tradição são avermelhadas, mas podem ser também de cor marrom. Possuem um complexo sabor maltado devido às misturas de maltes de Viena e Munique. A graduação alcoólica é alta, indo normalmente de 6% nas Bocks Tradicionais até 10% nas Doppelbock e 14% nas Eisbock, tipos diferentes de Bock. Outra variação de Bock é a Maibock ou Helles Bock, uma bock clara, de até 7,4% de álcool.

Exemplos de Bock são a Kaiser Bock, velha conhecida dos brasileiros, e a Paulaner Salvator, uma doppelbock.

Marzen

Produzidas na Bavaria durante o mes de março (März em alemão) especialmente para a Oktoberfest, as Märzen podem ser claras ou escuras e ficam entre 4,8 a 5,6% de álcool.

Também é chamada de Oktoberfestbier. Chamadas de “As Grandes 6”, as cervejarias que produzem este tipo são: Augustinerbräu, Hacker-Pschorr, Hofbräuhaus, Löwenbräu. Paulaner e Spaten.
KELLER e ZWICKEL

A Keller e a Swickel são cervejas pouco comum, não são filtradas (portanto turvars) nem pasteurizadas (servidas na pressão e não engarrafadas), e ficam maturando de maneira exposta, sem cobertura. Pode ser bem amarga e tem álcool médio.

Malt Liquor

Malt Liquor é um termo surgido nos Estados Unidos para classificar as lagers fortes que têm alto teor de álcool devido à adição de açúcar, enzimas ou outro ingrediente em complemento ao malte . Geralmente são licorosas no paladar e não muito amargas, pois em muitos casos nem levam lúpulo. Não devem ser confundidas com as cervejas do tipo Barley Wine, que apesar de também fortes no álcool, alcançam tal graduação devido às técnicas europeias sem adição de açúcar ou enzimas.

Também são chamadas de Super Strenght e Super Forte. Um exemplo é a Amsterdam Maximator, com 11,6% de álcool, e a Bavaria 8.6.

 

 

Cervejas Ales

O que a difere das Lager é o tipo de fermentação, que é feita em temperaturas mais altas, geralmente entre 15 e 24ºC. É um processo antigo de fabricação, o que fez com que as cervejas do tipo Ale fossem as únicas disponíveis até meados do século XIX, quando foi inventada a baixa fermentação (Lager).

Dada essa “antigüidade”, aliada principalmente à fermentação a quente, os sabores complexos, maltados e lupulados das cervejas Ale são incomparavelmente mais perceptíveis, sendo cervejas mais encorpadas e vigorosas.

Assim ao longo dos séculos, surgiram inúmeros subtipos de cervejas Ale. A seguir, falaremos um pouco sobre os subtipos que você encontrará mais freqüentemente no Ranking BREJAS de Cerveja:

Pale Ales

São as Ales claras, com graduação alcoólica até 6%. Foram criadas para competirem com as cervejas Pilsen durante a Segunda Guerra Mundial, portanto compartilham a característica de serem mais suaves. É um dos maiores grupos de cerveja e possui alguns sub-tipos ou sub-nomes:

AMERICAN PALE ALE: como a Sierra Nevada Pale Ale, designa as americanas mais claras
ENGLISH PALE ALE: também cahamda de ENGLISH BITTER, ou apenas BITTER, nome usado na Inglaterra por serem mais amargas que as demais cervejas, como as Porters por exemplo. Podem ser Standard Bitter, Especial Bitter ou Extra Special Bitter/ESB
BELGIAN PALE ALE: as Ales claras belgas
BELGIAN BLOND ALE: algumas vezes chamadas de Golden Ale também, são as Pale Ales mais douradas e um pouco mais encorpadas
INDIA PALE ALE ou somente IPA: como a Colorado Indica, cerveja carregada em lúpulo, criada pelos ingleses para aumentar o tempo de conservação da cerveja que seria levada para as viagens pela Índia. Varia na intensidade de amargor e percentual de álcool de acordo com o sub-tipo, da menor pra maior: English IPA, American IPA e Imperial IPA

PAmber/Brown e Red Ale

Diferenciando-se em coloração principalmente, mas também acompanhando em corpo e potência, estão algumas outras categorias de estilo:

AMERICAN AMBER ALE: usado na França e EUA para classificar as Ales um pouco mais escuras
AMERICAN BROWN ALE: mais excura e maltada e menos lupulada que suas “irmãs” American Pale e Ambar Ale
ENGLISH BROWN ALE: denomina as inglesas mais escuras. Podem ser Mild , Southern ou Northern. A New Castle Brown Ale, famosa e até fácil de encontrar por aqui, é uma Northern English Brown Ale.
RED ALE: avermelhada devido ao uso de um pouco de malte tostado. Também chamada de IRISH RED na Irlanda. Um exemplo comercial que desde 2008 pode ser encontrado no Brasil é a Kilkenny Irish Beer, da Diageo, mesma empresa que faz a Guinness.

Altbier

Altbier, ou simplesmente Alt, proveniente da região de Düsseldorf na Alemanha, seguem o estilo antigo de produção de Ales, antes mesmo do surgimento das Lagers. É muitas vezes considerada uma ligação enter as cervejas Ales e as Lagers, por ser feita com fermento de Ale porém fermentada em temperatura de Lagers. Podem ser Dusseldorf Altbier ou Northern German Altbier. Um exemplo desse último estilo é a holandesa Grolsch Amber Ale.

Scotch Ale

Ales da escola escocesa, variando, principalmente em potência, entre Light, Heavy, Export e Strong.

Saison

Feitas em Wallonia – Bélgica, as Saison chegam a ser comparadas a vinhos tintos devido a fermentação e sabores presentes em comum.

Bière de Garde

Cerveja de guarda feita principalmente na França, na região de Pas-De-Calais, as Bière de Garde são feitas para durarem anos, normalmente têm uma última fermentação na garrafa e muitas vezes são vendidas em garrafas com rolhas. Janlain Amber e La Choulette são bons exemplos não tão dificeis de encontrar.

Strong Ales

Denominação genérica que inclui uma variada gama de cervejas que podem ser claras ou escuras. Possuem alto teor alcoólico, que vai de 6 e pode chegar a 12%. Podem ser saborosas e balanceadas, “inserindo” harmoniosamente o álcool no conjunto, ou podem ser simplesmente fortes e desbalanceadas, evidenciando a gradação alcoólica.

Dentro deste subtipo estão as Barley Wines – quase tão fortes quanto vinho – e também as Old Ale, como a Fuller’s 1845, agora facilmente encontrada no Brasil.
BELGIAN STRONG ALES

Produzidas principalmente na Bélgica, estas possuem algumas caracerísticas diferenciadas que as fazem cair em um agrupamento diferenciado.

Os vários tipos seguem abaixo:

DUBBEL: Cerveja do tipo Ale na qual o mestre cervejeiro adiciona o dobro da quantidade de malte do que uma cerveja “comum”. Geralmente balanceadas e de teor alcoólico mediano, possuem bom corpo e carbonatação alta.
TRIPEL: Cerveja na qual se adiciona três vezes mais malte do que em uma cerveja “comum”. Possuem, em geral, coloração amarelo-dourado, creme denso e consistente e a gradação alcoólica girará entre 8 a 12%. Aroma e sabor são complexos, macios e com forte presença de frutas o que, às vezes, pode lhe conferir um paladar adocicado. Excelente equilíbrio entre o lúpulo e o fermento utilizado no fabrico.
ABT/QUADRUPEL: São cervejas mais escuras e mais ricas, utilizando o quádruplo de malte do que em uma cerveja “comum”. O volume de álcool é sempre forte, muitas vezes ultrapassando os 10%.Entram aqui a famosíssima Westvleteren 12 e também a Rochefort 10 e La Trappe Quadrupel.
GOLDEN STRONG ALE: São as loiras mais fortes e encorpadas, até 10,5% de ácool, com colaração amarelo-dourado e sabor é frutado. Entram neste grupo: Duvel e Delirium Tremens, entre outras.
DARK STRONG ALE: São as Belgian Ales escuras, fortes e encorpadas. Com várias representantes de peso, como Chimay Bleu, Rochefort 8 e Gulden Draak, essa categoria tem cervejas que chegam a 11% de álcool.

Belgian Specialty Ale

São as temperadas (veja mais abaixo), só que belgas. Também entram aquelas belgas que, por um motivo ou outro, não se encaixam dentro de nenhuma outra categoria das belgas, portanto caem aqui como Belgian Specialty Ale. Mesmo assim, não pense que este estilo é pouco conhecido. Aqui está a trapista Orval, odiada por muitos, amada por muitos também. Também está a La Choufe, a Unibroue Maudite e a McChouffe.

Kölsh

Do berço alemão de cervejas e de coloração dourada, é normalmente mais doce e com menos lúpulo que as suas irmãs. Em muitas receitas leva vários grãos, inclusive trigo. Pela regra, somente cervejas feitas em Köln (Colonia) poderiam levar o nome Kölsch, assim como ocorre com o Champagne. Entretanto, temos casos de cervejas brasileiras, como a Eisenbahn, que oferecem sua versão.

Weissbier (Weizenbier, Wheat Beer ou Cerveja de Trigo)

Produzida principalmente pelas grande cervejarias alemãs como HB, Paulaner, Erdinger, Franziskaner e Weihenstephan, é uma cerveja feita a base de trigo e característica do sul da Alemanha, região da Baviera. São cervejas claras e opacas, onde sobressai o trigo com o qual foram produzidas, bem como sabores frutados (banana e maça), cravo e florais. Bastante refrescantes e de graduação alcoólica moderada (entre 5 e 6%), são opacas e normalmente não filtradas. Produzem, em geral, um creme denso e persistente. Aqui no Brasil a Bohemia fabrica sua versão, chamada Bohemia Weiss.

As variedades possíveis são:

Hefeweizen: de cor amarelada-marrom opaca, pois a levedura não é filtrada. Erdinger Hefeweizen é a mais conhecida aqui no Brasil
Kristallweizen: de cor clara e transparente, leve na degustação. Normalmente é filtrada, não tendo adicão de levedura diretamente na garrafa. Um exemplo é a Franziskaner Weissbier Kristallklar
Dunkelweizen ou Hefeweissbier dunkel: cerveja de trigo escrura, de gosto mais forte. A Erdinger tem sua versão, aquela com rótulo preto, chamada de Erdinger Weissbier Dunkel.
Weizenstarckbier ou Weizenbock: cerveja tipo bock com uma graduação alcoólica entre 5% e 12%. Exemplo é a Aventinus, feita pela G. Schneider & Sohn.
Berliner Weisse ou Berlin White (cerveja branca berlinense): de graduação alcoólica entre 2 e 4% e de cor amarelada e opaca. Por ser levemente azeda, é comum adicionarem xaropes doces de frutas.
Witbier (Belgian White): esbranquiçadas devido às leveduras e ao trigo suspenso (daí o nome). Possui um toque cítrico de laranja, já que a casca da fruta é usada como complemento ao lúpulo. Também leva “coriander”, conhecido por nós como semente de coentro. A marca mais representativa é a Hoegaarden, além da Unibroue Blanche de Chambly.
Bière Blanche ou Blanche: apenas o nome em francês para as cervejas de trigo
Russ, cerveja de trigo com acréscimo de suco de limão (Zitronenlimonade), assim como ocorre com a Radler

Stout

Cervejas negras opacas, dotadas de forte sabor de chocolate, café e malte torrado, pouca carbonatação. Sua origem remonta à época em que parte da produção das cervejarias inglesas era destinada à Rússia e aos países bálticos. Para suportar a viagem, essas cervejas possuíam – assim como possuem hoje – alto teor alcoólico, variando de 8 a 12%.

Sua representante mais famosa é a Guinness.

Também apresenta diversos sub-tipos

Dry Stout
Sweet Stout
Oatmeal Stout
Foreign Extra Stout
American Stout
Russian Imperial Stout

Porter

Comumente confundida com as Stouts, tem lá sua razão de ser: o nome Stout surgiu de uma diminuição do nome “Stout Porter”, usado para classificar as Porters mais fortes. Portanto, a Porter é uma cerveja mais suave que sua parente Stout, normalmente com 1 a 2% a menos de álcool. Pra se ter uma idéia de como uma coisa levou à outra, a cervejaria Guinness produzia Porters até 1974.

As Porters são cervejas escuras, típicas da Inglaterra, e não tão fáceis de se encontrar aqui no Brasil. Podem ser Brown Porter ou Robust Porter.

Outra variedade, chamada Baltic Porter , tem mais álcool e, apesar de ter começado como Ales, hoje são normalmente Lagers.

 

 

Cervejas Lambic

A maioria dos especialistas classifica as cervejas do tipo Lambic como uma terceira categoria, em separado das Lager e Ale, por causa do seu tipo de fermentação, que é espontânea.

São feitas de trigo, porém não são adicionadas leveduras no mosto, ficando a fermentação a cargo dos agentes naturais, os quais são encontrados somente numa pequena área ao redor de Bruxelas. Daí a dificuldade em encontrá-las, bem como o seu preço elevado.

Trata-se de um tipo muito peculiar de cerveja, dotada de uma gama extremamente numerosa de aromas, os quais vão do frutado (como framboesa, cereja ou banana) ao extremamente cítrico (como vinho branco ou vinagre).

É o tipo mais antigo de cerveja feito no mundo, fato que, por si só, exige que você as experimente. Seus sub-tipos são:

Lambic Fruit

No processo de fabrico, após a fermentação espontânea ter começado são adicionadas frutas inteiras, como pêssegos, framboesas e cerejas. A fermentação propriamente dita é realizada pelos microorganismos presentes dentro da fábrica. Algumas lendas dão conta que as caves onde são produzidas as Lambic jamais são limpas, a fim de manter o equilíbrio original dos bolores essenciais ao caráter da cerveja que se quer produzir. Após este processo, a cerveja permanece por cerca de três anos maturando em barris de carvalho. Trata-se de uma cerveja cujo teor alcoólico é relativamente baixo (não ultrapassa os 6%), bem como a carbonatação, o que faz com que o creme, quando há, não seja denso. As Lambic tradicionais, muito mais ácidas, levam a denominação “Oud” (velha) a fim de diferenciá-las das jovens e comerciais, mais doces e balanceadas.

No sub-tipo Lambic-Fruit estão as conhecidas Kriek (de cereja ácida) e as Framboise (de framboesa).

Straight/Unblended

A Lambic pura, sem misturas de frutas, açúcares ou misturas de diferentes barris. São pouquíssimos os exemplos comerciais. Um deles é a Cantillon Grand Cru Bruoscsella.

Gueuze

Trata-se de um “blend” de Lambics novas (1 ano) e antigas (2 a 3 anos), retiradas de vários barris diferentes no processo de fabrico, e que são engarrafadas para uma segunda fermentação.

Geralmente as Lambic – Gueuze são menos ácidas e mais balanceadas, algumas assemelhadas ao champagne. Inclusive, tradicionalmente são servidas em garrafas ao estilo champagne.

Representantes do estilo são Cantillon Gueuze, Mort Subite Gueuze e Lindemans Gueuze Cuvée René.

Faro

É a Lambic com açúcar. Mais saborosa, leve e sem a acidez característica das outras Lambics, é o tipo mais aceito pelo mercado. Por outro lado, perde em complexidade para os outros tipos de Lambics.

 

 

Outros Tipos de Cervejas

Trapistas

Não são consideradas propriamente um estilo único, pois algumas são Dubbel, Tripel ou Quadrupel. Todavia, dado o fato de algumas cervejas trapistas serem consideradas as melhores do mundo por inúmeros especialistas, merecem ser “separadas” das outras.

A Ordem Trapista (oficialmente, Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância) é uma congregação religiosa católica. Seus monges seguem o princípio fundamental do ora et labora, vivendo em grande austeridade e silêncio. Fazem três votos: pobreza, castidade e obediência. Assim, as cervejas, fabricadas em pequenas quantidades no interior dos mosteiros muitas vezes são difíceis de ser encontradas no mercado, já que os monges não as comercializam com o propósito do lucro, mas apenas para manter o funcionamento da própria abadia e alguns serviços de caridade.

Atualmente, a ITA (International Trappist Association), entidade criada com o propósito de definir as regras do estilo e proteger o nome do uso abusivo por parte de outras marcas, possui como membros apenas sete abadias trapistas, seis na Bélgica (Westvleteren, Chimay, Orval, Achel, Wesmalle e Rochefort) e uma na Holanda (Koningshoeven, onde são fabricadas as cervejas La Trappe). A entidade criou, também, um selo de identificação que só pode ser utilizado em produtos trapistas autênticos.

Algumas cervejas trapistas possuem tempo de guarda de mais de 10 anos.

Abbey (ou cervejas “de abadia”)

Também não são consideradas um estilo mas, diferentemente das trapistas, as cervejas “de abadia” não possuem origem controlada. Podem ser produzidas em grandes fábricas e comercializadas normalmente, desde que a sua receita original tenha sido originária de uma abadia, a qual pode ou não ser da ordem trapista.
RAUCHBIER

Literalmente, cerveja defumada. Pode ser de vários estilos, como Marzen e Weizen, desde que usem maltes defumados no seu preparo. Acompanham muito bem charutos e cachimbos, por motivos óbvios.

Fruit Beer

Qualquer estilo de cerveja misturado com frutas ou suco de frutas. Não confundir com as Fruit Lambics.

Temperadas – SHV

São cervejas de qualquer estilo que acabam não se enquadrando no mesmo pois são temperadas com especiarias, ervas e vegetais, alterando a fórmula e fazendo-as fugir das características padrão de cada estilo. Também chamadas de SHV do inglês Spice/Herbe/Vegetable.

Chopp

Também chamado Chopp, vem da palavra alemã Schoppe (mais exatamente do dialeto Alsaciano), nome de uma caneca de quase meio litro. É nada mais nada menos do que uma cerveja não pasteurizada. Por esse motivo, pode ter variações assim como acontece com a própria cerveja, seguindo vários dos estilos acima citados. Por não ser pasteurizado, dura, dentro do barril, cerca de 10 dias e, após aberto, não mais que 24 horas.

 

Referências:

  1. www.cervejasdomundo.com
  2. www.wikipedia.com
  3. www.gastronomias.com
  4. www.bjcp.org
  5. www.brejas.com.br

 

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